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LIDERENÇA ANTIFRÁGIL: CONSTRUÇÃO DE UMA MENTALIDADE DE SUCESSO FRENTE AO CAOS

Atualizado: 7 de jun. de 2023


 
LIDERENÇA ANTIFRÁGIL: CONSTRUÇÃO DE UMA MENTALIDADE DE SUCESSO FRENTE AO CAOS
LIDERENÇA ANTIFRÁGIL: CONSTRUÇÃO DE UMA MENTALIDADE DE SUCESSO FRENTE AO CAOS
 

Resumo

Em um mundo em constantes modificações tecnológicas e socioeconômicas, o impacto no cotidiano dos seres humanos é incomensurável, à medida que o nosso ambiente externo se altera o nosso cérebro inicia uma rotina de adaptação e nem sempre é executado da forma que esperamos. Muitos são os fatores que afetam nossa capacidade enfrentar os desafios e em meio ao caos as vezes o tempo é o maior inimigo e precisamos assumir alguns riscos ou fu gir no nosso planejamento, reavaliar nossas metas e objetivos e superar os desafios construindo uma mentalidade avançada de sucesso. O conceito antifrágil foi criado pelo autor libanês Nassim Nicholas Taleb, que nos faz refletir sobre uma nova perspectiva de ver enfrentar as adversidades pois permite que possamos encarar os imprevistos de frente e nos aperfeiçoar diante deles. Este paper tem o objetivo de trazer luz para esta modalidade de pensamento, observando as diversas linhas de pensamento fundamentados em um mindset de crescimento, onde estudos e pesquisas realizados em diversos países comprovam a neuroplasticidade do cérebro humano e a capacidade humana de desenvolver uma mentalidade de sucesso.

Palavra-chave (Antifrágil. Mindset. Resiliência. Sucesso. Mentalidade.)

Abstract



In a world of constant technological and socioeconomic changes, the impact on the daily lives of human beings is immeasurable, as our external environment changes, our brain starts a routine of adaptation and it is not always performed as we expect. There are many factors that affect our ability to face challenges and amidst chaos sometimes time is the biggest enemy and we need to take some risks or escape from our planning, reassess our goals and objectives and overcome challenges building an advanced mindset for success . The antifragile concept was created by the Lebanese author Nassim Nicholas Taleb, which makes us reflect on a new perspective of seeing adversities face, as it allows us to face the unforeseen head on and improve ourselves in front of them. This paper aims to bring light to this mode of thinking, observing the different lines of thought based on a growth mindset, where studies and research carried out in several countries prove the neuroplasticity of the human brain and the human capacity to develop a mentality of success. Keyword (Antifragile. Mindset. Resilience. Success. Mentality.) Introdução

Enfrentar desafios, buscar uma realização pessoal, atingir metas e objetivos, ir de encontro ao nosso propósito de vida, são pensamentos e ações programados para serem executados sempre que um gatilho mental é acionado, com o objetivo de atender uma necessidade imediata ou futura, não importa, o fato é que nosso cérebro está sempre buscando uma solução para um problema simples ou complexo, com determinação e precisamos estar preparados para as adversidades. Muitos autores e pesquisadores mostram que o cérebro humano é capaz de analisar e processar informações de forma extraordinariamente rápida, porém as nossas emoções podem fazer com que na mesma velocidade tomemos decisões erradas ou equivocadas, neste sentido precisamos desenvolver um comportamento emocionalmente inteligente e encarar de frente uma situação de crise, imprevisível e de grande impacto, ao mesmo tempo absorver de forma natural, entendendo que vivemos em um mundo dinâmico e em constante mutação. Este paper se justifica pela relevância deste assunto cada vez mais debatido no ambiente de trabalho e que tem um impacto significativo nas relações humanas, e tem por objetivo evidenciar a importância do conceito antifrágil criado pelo autor libanês Nassim Nicholas Taleb em 2012, através do seu livro “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”.

Metodologia: realizar uma comparação bibliográfica entre autores com linhas de pensamento semelhantes, de forma a trazer uma maior reflexão sobre o tema, não obstante este paper não tem por finalidade aprofundar o assunto, mas clarificar de forma objetiva as potencialidades de uma mentalidade avançada de sucesso.

Desenvolvimento Como podemos identificar um líder em uma multidão, seriam suas aptidões técnicas e gerenciais, vivência ou comportamento? A liderança é uma forma de influência. A influência é uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional (CHIAVENATO, 1999:553-627). Liderança é o processo de influenciar as atividades de um grupo organizado na direção da realização de um objetivo (Rouch & Behling, 1984 p.46). Existem técnicas e ferramentas desenvolvidas que são úteis para garantir o alcance de metas e objetivos, prazos e riscos, no entanto o fator humano precisa ser considerado para que haja a sinergia na medida exata do sucesso, para isso o mindset precisa ser de crescimento. O cérebro do indivíduo, quando adquire novos conhecimentos e os internaliza na forma de técnicas e aprendizados, cria conexões cerebrais, que se modificam à medida que novos aprendizados e habilidades são adquiridos e absorvidos na sequência (DRAGANSKI et al., 2004; KELLER; JUST, 2016). Estudos recentes comprovaram essas modificações cerebrais em pessoas que aprendem um novo idioma, comparando pessoas bilíngues e pessoas não bilíngues (LI et al., 2014; BAUM; TITONE, 2014) O indivíduo baseia-se na crença de que suas habilidades e competências estão ligadas à sua genética e aptidão quando se empenha em alcançar seus objetivos de desempenho. Com essa visão limitada, assume a não maleabilidade de suas capacidades (DWECK, 1986). Adicionalmente, quando se empenha em aprender cada vez mais, está perseguindo seus objetivos de aprendizado (DWECK, 1986); ou seja, acredita na maleabilidade de seu conhecimento e habilidades, acreditando que é um ser em constante aprendizado e evolução. Essa visão voltada aos objetivos de aprendizado é chamada de “teoria incremental da inteligência” ou, simplesmente, Mindset de Crescimento. Neste contexto podemos considerar que uma fraqueza ou fragilidade pessoal poderia ser superada com um modelo mental adequado, um modelo muito conhecido é o de resiliência, que é foi adaptado do conceito da física onde pode ser definida como a capacidade de um material de "absorver energia na região elástica" (Nash, 1982, p. 5), sendo essa capaz de voltar à forma original, quando finda a causa de sua deformação (Pinto, 2002). No entanto em 2012 o autor libanês Nassim Nicholas Taleb trouxe o conceito de antifrágil que é exatamente o oposto de frágil, seria aquele que consegue melhorar e crescer mesmo em situações inesperadas, com mudanças e pressão, numa lógica inusitada pois rompe com o modelo de que o oposto de fragilidade está em força ou resistência, falar que algo resistente é o oposto de frágil é como dizer que neutro é o oposto de negativo. Quando se opta por seguir o modelo mental de antifrágil fatalmente os eventos adversos surgirão, mas será possível se aperfeiçoar com eles, então nesta lógica para crescer profissionalmente e pessoalmente não devemos evitar o caos, alguns países como Alemanha e Japão que protagonizaram a segunda grande guerra viveram um grande caos pós-guerra, atualmente são referências mundiais como países desenvolvidos. Evitar os caminhos tortuosos pode camuflar uma situação que muitas vezes precisa ser enfrentada, futuramente as consequências podem ser ainda mais desastrosas, o conflito é necessário e um grande líder deve aprender principalmente com os erros, pouco se aprende com os acertos, descobrir suas próprias vulnerabilidades e fraquezas é o que nos torna mais fortes. Sem o caos, a aleatoriedade, estresse e desordem, o antifrágil não tem como aprender, reforçar-se, melhorar e evoluir, falamos muito do estresse pós-traumático, mas damos pouca ou nenhuma atenção ao progresso pós-traumático. Se por um lado Goleman (1999, p. 39) afirma que “as capacidades implícitas da inteligência emocional são vitais para que as pessoas adquiram com êxito as competências necessárias para ter sucesso no trabalho”, há pesquisadores que procuram não vincular a inteligência emocional a uma lista de qualidades desejáveis - como autoconfiança, dedicação, inovação, influência, entre outras “competências emocionais”. O modelo de Goleman e de pesquisadores que consideram capacidades não-cognitivas como formadoras da IE, ou das “competências emocionais” (Boyatzis, Goleman & Rhee, 2002), vão de encontro ao conceito de IE como uma aptidão mental, esse último defendido por Mayer, Salovey e Caruso (2002, p. 95), que compreendem estar a IE alocada “dentro da personalidade”, mais especificamente, compondo as habilidades de processamento e de entendimento das emoções. O ser humano emocionalmente inteligente deve ser capaz de analisar o momento de crise e regular suas emoções canalizando sua energia vital para superar a crise, e dar continuidade ao propósito com o mesmo comprometimento inicial. Segundo Goleman, 1995, a pessoa que é inteligente emocionalmente, consegue ter uma percepção das suas emoções como o medo, raiva, tristeza e alegria e também sabe lidar com tais emoções de forma positiva, outro ponto é ter a percepção das emoções do outro e também saber lidar com as tais e por fim uma pessoa inteligente emocionalmente é capaz de desenvolver a automotivação, ou seja, buscam em si motivos para alcançar seus objetivos. As informações recebidas pelo cérebro passam primeiramente pela amigdala cerebral, que é a estrutura emocional que vai dar comandos para realizarmos ações por impulso, posteriormente, as informações vão ser levadas para o córtex, que terá respostas racionais, assim, nos fazendo agir com a razão, de acordo com as possíveis consequências que os atos poderão causar (GOLEMAN, 1995). A neurociências cognitiva e a inteligência emocional tem um papel complementar único, pois o cérebro humano tem uma capacidade ímpar no processo de desenvolvimento e aprendizagem, assim como receber estímulos, captar informações, processá-las, emissão de respostas etc. Nesse campo tudo ao redor vira oportunidade e o cérebro plástico, ou seja, que está sempre em constante desenvolvimento, está sempre à disposição capaz de aprender quantas vezes for preciso de acordo com a genética (RICARDO et al., 2016). A liderança antifrágil vai muito mais além do resiliente, não apenas resistem às intempéries provocadas pelo contexto de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, como também aproveitam a instabilidade para crescer, o indivíduo emocionalmente inteligente é capaz de usar o seu mindset de crescimento para através de seu comprometimento e propósito atingir com sua fé inabalável e esforço extraordinário desenvolver uma mentalidade de sucesso mesmo que esteja em um ambiente aleatório de caos. Conclusão Neste paper, analisou-se o mindset de liderança antifrágil como modelo de pensamento para desenvolver uma mentalidade avançada de sucesso e seus impactos na liderança, evidenciando uma nova forma de pensar que traz para o espectro da neurociência e inteligência emocional um grande diferencial competitivo, garantindo um maior engajamento das equipes e um comprometimento com o propósito da organização. O líder antifrágil tem conforto ao mudar de hábitos e, principalmente, aprende com seus pequenos erros. Afinal, é no “conserto” dos erros pequenos que nós evitamos os grandes e mais graves. Assim, quanto mais tempo passamos evitando traumas de mercado, pior é a comoção da crise em potencial. Diante deste cenário o líder antifrágil precisa se adaptar na mesma velocidade das crises incertezas e motivar a sua equipe de forma a encarar os desafios sem a crença do medo, mas como oportunidade de crescimento. Muitos são os desafios para este novo líder que o mercado mundial está recrutando, mas não se esgotam neste paper as possibilidades de desenvolver novas teorias e pesquisas científicas, muitos estudos e pesquisas devem ser desenvolvidos para ter um aprofundamento ainda maior nesta modalidade de pensamento. As empresas tendem a ser cada vez mais exigentes nas contratações de pessoas para altos cargos, pois devido ao pouco tempo de ação, o processo de tomada de decisões deve ser mais rápido para corresponder às necessidades do mercado. Essa nova realidade acaba forçando o líder a tomar decisões em um curto período e sob grande pressão (MORAES, RESENDE, LEITE, 2007). Em uma era marcada por incertezas, mudanças, instabilidade e crises econômicas, as organizações para serem bem-sucedidas buscam por uma liderança eficiente, proativa, flexível, encorajadora e com visão de futuro, ou seja, uma liderança com características resilientes para adequar e aderir aos processos de mudança (CHOLODOVSKIS; CHOLODOVSKIS, 2014)

Referências Bibliográficas BAUM, S., & TITONE, D. (2014). Moving toward a neuroplasticity view of bilingualism, executive control, and aging. Applied Psycholinguistics, 35(5), pp. 857-894. BOYATZIS, R. E., Goleman, D., & Rhee, K. S. (2002). Agrupando as competências da Inteligência Emocional: visões do Emotional Competence Inventory. In R., Bar-On, & J. D., Parker. (Org.). Manual de inteligência emocional: Teoria e aplicação em casa, na escola e no trabalho. (pp. 252-265). Porto Alegre: Artmed. CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2ª Edição Totalmente Revista e atualizada. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999. CHOLODOVSKIS, K. M; CHOLODOVSKIS, S. A. D. A liderança resiliente como ferramenta para o sucesso da gestão de pessoas e organizações. 2014. Revista científica Integrada FACOL/ISEOL. V .1, n.1 art. 07, ISSN: 2359-0645 DRAGANSKI, B.; GASER, C.; BUSCH, V.; SCHUIERER, G.; BOGDAHN, U.; MAY, A. Changes in grey matter induced by training. Nature, v.427, n.22, p.311-312, 2004. DWECK, C.S. (1986). Motivational process affecting learning. American psychologist, 41(10), pp.1040-1048. GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda, 1999. GOLEMAN, D. (1995). Emotional Intelligence. New York: Bantam Books. MAYER, J., Salovey, P., & Caruso, D. (2002). Selecionando uma medida para a inteligência emocional: Em defesa das escalas de aptidão. In R. Bar-On & J. Parker (Eds.), Manual de inteligência emocional (pp. 237-251). Porto Alegre: Artmed. MORAES, S. C. S; RESENDE, L. M.; LEITE, M. L. G. Resiliência organizacional: atributo de competitividade na era da incerteza. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO - GESTÃO ESTRATÉGICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Anais… Ponta Grossa, PR, 2007. NASH, W. A. Resistência dos materiais. 2ª edição. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. PINTO, J. L. T. (2002). Compêndio de resistência dos materiais São José dos Campos, SP: UNIVAP. RICARDO, S. et al. Redundant variables and the quality of management zones. Engenharia Agrícola, v. 36, n. 1, p. 78–93, fev. 2016. DOI 10.1590/1809-4430-eng.agric.v36n1p78- 93/2016. ROACH, C. F. BEHLING, O. Functionalism: bases for an alternate approach to the study of leadership. Leaders and Managers: International Perspectives on Managerial Behavior and Leadership, p. 45-62, 1984.


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