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ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO: CONSTRUÇÃO DE UMA MENTALIDADE DE INOVAÇÃO COMO FATOR COMPETITIVO

Atualizado: 7 de jun. de 2023


 
ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO: CONSTRUÇÃO DE UMA MENTALIDADE DE INOVAÇÃO COMO FATOR COMPETITIVO
ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO: CONSTRUÇÃO DE UMA MENTALIDADE DE INOVAÇÃO COMO FATOR COMPETITIVO
 

Em um mundo em constante transformação digital podemos observar que as mudanças tecnológicas causam impactos socioeconômicos e ambientais, no mesmo diapasão o mercado de trabalho em um movimento de equilíbrio busca se ajustar a esta nova realidade, em outra perspectiva empreendedores descobrem oportunidades para solucionar problemas complexos ainda não explorados o suficiente de forma que possam gerar valor para o seu negócio. Muitos são os desafios, mas com tantas variáveis é necessário que se pense diferente pois os modelos de negócio mudam, neste cenário é imperativo a inovação como forma de se desenvolver um diferencial competitivo, não apenas almejando a vantajosidade econômica, mas como mecanismo de sobrevivência. O mindset de inovação nos faz refletir sobre uma nova perspectiva de pensar no design da solução, com foco no cliente, na sustentabilidade do produto ou serviço, de forma escalável, e economicamente viável. O objetivo deste paper é trazer luz para este modelo mental, observando as diversas linhas de pensamento fundamentados em um mindset de inovação, onde estudos e pesquisas realizados por vários autores de diversos países comprovam que a criatividade e o pensamento lateral são os elementos necessários para uma mentalidade transformadora de inovação.


 

Introdução

Buscar soluções para problemas complexos é um desafio que enfrentamos desde o princípio da humanidade, e na busca constante de alternativas algumas sinapses neurais acontecem, destacando-se a criatividade como capacidade humana de criar alternativas, de fato sejam alternativas para solucionar problemas simples ou complexos o ser humano conseguiu se adaptar durante a sua evolução, com isto se mostrou resiliente e capaz buscar meios de enfrentar novos desafios. Muitos autores e pesquisadores mostram que o ser humano desenvolve sua criatividade ainda quando criança, porém conforme amadurecemos vamos desenvolvendo experiências, vivências que nos proporcionam uma visão de mundo baseado em crenças e valores construídos de forma incremental, isso certamente afeta nosso comportamento e a nossa maneira de pensar diante de algumas dificuldades. Albert Einstein (1931), em seu livro sobre Religião Cósmica e Outras Opiniões e Aforismos, afirma: “Eu acredito na intuição e na inspiração. A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado, enquanto a imaginação abraça o mundo inteiro, estimulando o progresso, dando à luz à evolução. Ela é, rigorosamente falando, um fator real na pesquisa científica” Este paper se justifica pela relevância deste assunto cada vez mais debatido seja nos governos ou na iniciativa privada, e tem por objetivo evidenciar a importância do mindset de inovação relacionado a capacidade do ser humano de se reinventar e buscar novos modelos de negócio que permitam ser mais competitivos possível.

Metodologia: Compreender as características do mindset de inovação a partir da identificação de padrões apresentados na literatura foi base dessa pesquisa que utilizou uma abordagem qualitativa e exploratória, não obstante este paper não tem por finalidade aprofundar o assunto, mas clarificar de forma objetiva as potencialidades de uma mentalidade de inovação e seus fatores competitivos. Desenvolvimento As oportunidades de aplicação de conhecimentos técnicos em soluções que irão satisfazer os clientes precisam ser observadas e analisadas constantemente, pois a força de trabalho está se adaptando ao uso de inovações tecnológicas. Diante deste cenário se faz imperativo o desenvolvimento de uma cultura de inovação, pois é fato que os empresários precisam considerar uma abordagem multifacetada à inovação, que abrange toda a organização, seja do ponto de vista individual, corporativo ou sistêmico. Entre os estudos sobre inovação, há aqueles que se destinam a avaliar o ambiente propício à inovação e, mais especificamente, os que, segundo Dobni (2008), buscam identificar aspectos culturais engendrados nesse processo. Tal interesse se justifica, principalmente, pelas vantagens competitivas estratégicas que as questões referentes à cultura organizacional assumem, como salientam E. Martins e Martins (2002). Uma vez que a maioria das organizações se depara com a mudança como algo inevitável, elas necessitam de uma “análise em profundidade dos valores, crenças e padrões de comportamentos que guiam o dia a dia do desempenho organizacional”, acrescentam E. Martins e Martins (2002, p. 58).

A capacidade de inovação também é compreendida, por Çakar e Ertürk (2010), associada à vantagem competitiva e como “uma das mais importantes dinâmicas que permite pequenas e médias empresas alcançarem um alto nível de competitividade tanto no mercado nacional quanto no internacional” (p. 327). Steele e Murray (2004) também percebem a cultura de inovação como forma de manutenção da competitividade organizacional. Os autores indicam que “a agilidade e habilidade de uma organização responder às mudanças do mercado recai no capital intelectual das pessoas” (p. 321). Isso acarreta a seleção, retenção e valorização das pessoas no trabalho (Steele & Murray, 2004). O indivíduo baseia-se na crença de que suas habilidades e competências estão ligadas à sua genética e aptidão quando se empenha em alcançar seus objetivos de desempenho. Com essa visão limitada, assume a não maleabilidade de suas capacidades (DWECK, 1986). Adicionalmente, quando se empenha em aprender cada vez mais, está perseguindo seus objetivos de aprendizado (DWECK, 1986); ou seja, acredita na maleabilidade de seu conhecimento e habilidades, acreditando que é um ser em constante aprendizado e evolução. Essa visão voltada aos objetivos de aprendizado é chamada de “teoria incremental da inteligência” ou, simplesmente, Mindset de Crescimento. O Mindset pode ser alterado por meio de tratamentos educacionais, visando desenvolver no indivíduo uma mudança de em sua configuração mental, o que eleva seu Mindset de Crescimento e melhora seu desempenho cognitivo (DWECK, 2017; BLACKWELL et al., 2007). Quando se considera o indivíduo como ser em constante aprendizado, o tema “Mindset” liga-se ao potencial empreendedor em sua abordagem comportamental, como um comportamento passível de ser desenvolvido nele dentro de uma organização (DORNELAS, 2007). Existem trabalhos que defendem a existência de indivíduos com Mindset empreendedor, os quais possuem uma perspectiva orientada para o crescimento, sendo adeptos a mudanças e inovações contínuas, prezando pela renovação e por ambientes flexíveis. Possuem características como propensão a detectar oportunidades empreendedoras e a ter insights que impulsionam atividades empreendedoras, capacidade de lidar com situações de risco e que exijam solução de problemas em caráter de urgência, bem como facilidade em exercer suas funções dentro de um framework empreendedor (IRELAND et al., 2003). Uma organização que não inova, e, portanto, não aprende, deixa de ter uma vantagem competitiva sustentável, bem como produtos e serviços economicamente viáveis. Um mindset fixo acaba por inibir o processo criativo e de inovação, fazendo com que o colaborador necessite de competência e liberdade de criação, como também de habilidade para lidar com situações de risco. A capacidade de inovar é atualmente considerada uma das mais importantes características de organizações competitivas, neste sentido com relação a importância da inovação para as empresas, Hitt et al. (2002, p. 523) postulam que “[...] as inovações são cruciais, pois elas diferenciam seus produtos e serviços dos concorrentes, criando um valor adicional ou novo para os clientes”. Compartilhando dessa ideia, Zawislak (1995, p. 127) menciona que “[...] o conhecimento desenvolvido na prática pode ser fonte de vantagens competitivas” para as organizações. Para Paiva et al. (2004, p. 69), a inovação “[...] é um processo de mudança que, tal como qualquer outra atividade organizacional, pode ser gerenciada com o objetivo de trazer futuras vantagens competitivas à empresa que assim o fizer”. Dessa forma a vantagem competitiva é conquistada quando a organização efetivamente implementa uma estratégia ou uma inovação capaz de criar valor para o mercado (Bharadwaj et al., 1993). Desse modo, a inovação pode ser o principal mecanismo para a empresa conquistar vantagem competitiva sustentável em relação aos demais concorrentes. Conforme Hall (1980), a fonte de vantagens competitivas diferenciadas é atingida pela redução de preços, uso de meios de propaganda e inovações nos produtos. Em concordância com este propósito, Coyne (1986) argumenta que a diferença existente entre o produto ou serviço da empresa e dos concorrentes deve ser duradoura sob a ótica do mercado. Então, a vantagem competitiva torna-se sustentável quando nenhuma das demais empresas competidoras conseguem replicar os benefícios da estratégia adotada (Barney, 2001). Em muitos países em desenvolvimento, da mesma forma que no Brasil, a inovação ainda é um tema novo. As companhias instaladas no país, nacionais ou multinacionais, transformaram-se significativamente nos últimos anos para se modernizar e sobreviver à abertura de mercado nos anos 90. Aprimoraram avanços tecnológicos, passaram a se preocupar com atração e retenção de talentos e investiram em programas de qualidade. Porém ainda não se desprenderam dos antigos referenciais para criar uma mentalidade inovadora, e insistem em copiar produtos e modelos de sucesso de outros países ou das concorrentes de primeira linha (SIMANTOB E LIPPI, 2003). A inovação precisa fazer parte da mentalidade em todos os setores da empresa, para que de forma sinérgica a empresa possa ser mais competitiva, a mudança ocorre com a disseminação da cultura inovadora, alinhada com os propósitos estratégicos da organização. No entanto, se as lideranças tomam a iniciativa, a nova cultura é absorvida com muito mais facilidade pela organização. Porém, esses profissionais não podem ser os únicos ou principais geradores de ideias inovadoras e sim, os comandantes precisam de aliados (SIMANTOB E LIPPI, 2003). Conclusão

Neste paper, analisou-se o mindset de inovação como fator de competitividade das organizações, evidenciando uma nova forma de pensar que traz para o espectro da criatividade e comportamento que proporciona um grande diferencial competitivo, garantindo um maior engajamento das equipes e um comprometimento com o propósito da organização. O mindset de inovação traz para o cenário corporativo a oportunidade de a organização criar uma cultura de inovação e principalmente aprender com os próprios erros. Afinal, aprendemos mais com nossos erros do que com nossos acertos. Assim, quanto mais abertura para a criatividade mais a inteligência coletiva poderá contribuir para novas soluções, sejam elas melhorias de processos, de estratégias, com ou sem o uso de tecnologias. Diante deste cenário o líder com mentalidade inovadora precisa saber ouvir, gostar de desafios, e acima de tudo precisa estar atendo ao seu capital intelectual, e buscar desenvolver um mindset de inovação com a sua equipe, buscando alternativas não apenas de forma empírica, mas com a troca de experiências entre os membros do grupo. Muitos são os desafios para este novo líder que o mercado mundial está recrutando, mas não se esgotam neste paper as possibilidades de desenvolver novas teorias e pesquisas científicas, muitos estudos e pesquisas devem ser desenvolvidos para ter um aprofundamento ainda maior nesta modalidade de pensamento. As empresas tendem a ser cada vez mais exigentes nas contratações de pessoas para altos cargos, pois devido ao pouco tempo de ação, o processo de tomada de decisões deve ser mais rápido para corresponder às necessidades do mercado. Essa nova realidade acaba forçando o líder a tomar decisões em um curto período e sob grande pressão (MORAES, RESENDE, LEITE, 2007). Em uma era marcada por incertezas, mudanças, instabilidade e crises econômicas, as organizações para serem bem-sucedidas buscam por uma liderança eficiente, proativa, flexível, encorajadora e com visão de futuro, ou seja, uma liderança com características resilientes para adequar e aderir aos processos de mudança (CHOLODOVSKIS; CHOLODOVSKIS, 2014). Referências Bibliográficas

  • Dobni, C. B. (2008). Measuring innovation culture in organizations: the development of a generalized innovation culture construct using exploratory factor analysis. European Journal of Innovation Management, 11(4), 539-559. doi: 10.1108/14601060810911156 E. Martins, N. Martins (2002) An organizational culture model to promote creativity and innovation Journal of Industrial Psychology, 28 (4) (2002), pp. 58-65


  • ÇAKAR, N. D.; ERTÜRK, A. (2010). Comparing innovation capability of small and mediumsized enterprises: examining the effects of organizational culture and empowerment. Journal of Small Business Management, 48(3), p. 325-359. Steele, J., & Murray, M. (2004). Creating, supporting and sustaining a culture of innovation. Engineeering, Construction and Architectural Management, 11(5), 316-322. doi: 10.1108/09699980410558502 » https://doi.org/10.1108/09699980410558502


  • Dweck, C.S. (1986). Motivational process affecting learning. American psychologist, 41(10), pp.1040-1048.


  • BLACKWELL, L. S.; TRZESNIEWSKI, K. L.; DWECK, C. S. Implicit theory of intelligence predict achievement across an adolescent transition: a longitudinal study and an intervention. Child development, v. 78, n. 1, p. 246-263, 2007.


  • DORNELAS, José Carlos de Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios: 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2008.


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  • Hitt, M. A., Ireland, D. R., & Hoskisson, R. B. (2002). Administração estratégica: competitividade e globalização. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.


  • Zawislak, P. A. (1995). A relação entre conhecimento e desenvolvimento: essência do progresso técnico. Análise, 6(1), 125-149.


  • PAIVA, E. L.; CARVALHO, J. M. Jr.; FENSTERSEIFER, J. A. Estratégia de produção e de operações. Porto Alegre: Bookman, 2004.


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  • SIMANTOB, M.; LIPPI, R. Guia Valor Econômico de Inovação nas Empresas. São Paulo: Ed. Globo, 2003


  • MORAES, S. C. S; RESENDE, L. M.; LEITE, M. L. G. Resiliência organizacional: atributo de competitividade na era da incerteza. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO - GESTÃO ESTRATÉGICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Anais… Ponta Grossa, PR, 2007.


  • CHOLODOVSKIS, K. M; CHOLODOVSKIS, S. A. D. A liderança resiliente como ferramenta para o sucesso da gestão de pessoas e organizações. 2014. Revista científica Integrada FACOL/ISEOL. V.1, n.1 art. 07, ISSN: 2359-0645 Disponível em: bioenergia em revista: diálogos, ano 6, n. 2, p. 96-122 jul./dez. 2016. Duarte, Gabriela Rodrigues; Bernardi, Viviane Vicente Franzol; Fischer, Luciana Liderança resiliente no ambiente corporativo: uma análise bibliográfica e bibliométrica

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