O objetivo deste paper é pesquisar, com base na literatura nacional e internacional, as estratégias na tomada de decisão por empresas que querem se tornar mais competitivas no mercadoe utilizando a inteligência negocial para prever ações futuras. Observar através dos métodos comparativos, quais as vantagens competitivas analisando-se as informações existentes e identificar como a inteligência empresarial pode ser aplicada dentro deste contexto. As oportunidades geradas análise de negócios ou pela inteligência negocial, podem definir as estratégias e consequentemente as tomadas de decisão.No mesmo compasso a evolução tecnológica tem proporcionado o desenvolvimento de novas ferramentas, incluindo o uso da inteligência artificial de forma preditiva, podendo antecipar certos cenários e algumas ações. Com tantas possibilidades, em um mercado cada vez mais dinâmico e globalizado este tema se faz relevante e necessário para que as empresas se tornem cada vez mais competitivas.
Introdução
O uso de inteligência comercial na prática dos negócios, não é algo recente, desde os tempos primórdios quando o ser humano começou a comercializar produtos e serviços para o acúmulo de riquezas e para o próprio desenvolvimento econômico, técnicas de negociação foram aprimoradas visando o sucesso nos negócios, aumento da credibilidade e confiança entre os comerciantes, mas para isso a matéria prima principal era a informação. A competitividade das empresas se dá pela velocidade que consegue processar as informações qualificadas em tempo real, para que sejam objeto de análise e tomada de decisão.
Muitos autores e pesquisadores demonstram através de seus livros e pesquisas que a inteligência empresarial, independentemente do tamanho da empresa é necessária para que a empresa se mantenha competitiva no mercado, porém quando aprofundamos neste assunto percebemos que existem métodos qualitativos e quantitativos que auxiliam as empresas em suas escolhas. Algumas estratégias negociais podem ser adotadas, como o uso de técnicas e ferramentas adequadas, verificar o posicionamento da empresa no cenário mercadológico, analisar a concorrência, entre outros, que servem de insumo para o desenvolvimento de uma inteligência empresarial capaz de identificar as oportunidades com base na análise de informações geradas pelos próprios clientes, observando seus hábitos, o volume de vendas, sazonalidade, enfim, várias informações que cruzadas podem direcionar os esforços de investimento para uma decisão mais assertiva.
A análise de negócios é uma ação estratégica que infere diretamente nas tomadas de decisão pelos gestores das organizações, e qualquer decisão equivocada pode trazer consequências desastrosas para a empresa.
Existem várias oportunidades de negócios aguardando serem exploradas, no entanto se faz necessário entender se a empresa possui os recursos necessários para transpassar certas barreiras. É bem provável que em determinada análise o negócio se torne viável, porém o cenário econômico é bastante volátil e o bom gestor precisa estar atento. E, apesar de estarmos avançando para o uso de ferramentas como Inteligência Artificial (IA) e Business Intelligence (BI), a análise humana ainda é o fator decisivo para se definir a melhor escolha ou caminho a ser almejado.
Muitas vezes se faz necessário observar o mesmo cenário em outra perspectiva para que possamos enxergar novas possibilidades de solução, sair de um pensamento divergente para um convergente, buscar em cada possibilidade uma nova realidade. Pode-se ainda aperfeiçoar o processo, identificar os gargalos, revisar os indicadores de performance, envolver todos os interessados no negócio para que se possa detectar qualquer situação que ainda possa ser corrigida ou melhorada, toda informação é importante e necessária quando pensamos em ser mais competitivos, não por uma questão de ser a empresa mais lucrativa, mas por uma questão de sobrevivência de mercado.
Neste sentido, a análise de negócios nos traz um prisma necessário para a tomada de decisões dentro da organização, seja quantitativa ou qualitativamente, a busca de informação fidedigna, validada que possa servir de base para as escolhas que devem ser realizadas é fator determinante para que o próximo passo possa ser dado em direção aos objetivos maiores de qualquer organização.
Este paper vem reforçar a importância deste assunto cada vez mais debatido devido as suas características evolutivas ou disruptivas de cada negócio, e tem por objetivo evidenciar a importância de usar estratégias corretas na hora analisar as informações necessárias para a tomada de decisão, levando-se em consideração as diversas variáveis de mercado e fatores internos ou externos das organizações que podem influenciar positiva ou negativamente, seja qual for o tamanho do empreendimento.
Metodologia: Compreender as características das estratégias da tomada de decisão a partir da identificação de padrões apresentados na literatura foi base dessa pesquisa que utilizou uma abordagem qualitativa e exploratória, não obstante este paper não tem por objetivo ir afundo neste tema, mas clarificar os métodos qualitativos e quantitativos que podem ser adotados na análise de negócios para que as empresas possam se tornar mais competitivas.
Desenvolvimento
Em um cenário tecnológico que se desenvolve a uma velocidade acima da capacidade das empresas de absorverem tanto as ferramentas quanto os profissionais qualificados para executarem tarefas cada vez mais complexas, analisar informações de maneira automatizada é estratégico e crucial quando se trata de tomar decisões. Atualmente a empresas precisam estar sempre atualizando seus processos de negócio, mapeando e redesenhando seus fluxos e verificando se seus indicadores estão ainda válidos para o perfeito monitoramento dos seus processos, sejam eles essenciais, gerenciais ou estratégicos.
As organizações precisam conhecer sua cadeia de valor, o que ela realmente deve entregar de acordo com os seus propósitos, considerando sua missão e seus valores, a análise de negócio deve verificar o alinhamento das iniciativas estratégicas com os produtos e serviços que estão sendo entregues. Porter (1985) sugere que, para diagnosticar a vantagem competitiva de uma empresa, é necessário definir a sua cadeia de valores.
Diante deste cenário, a importância de se entender a organização, seus aspectos culturais bem como as formas como se processam os dados, influem em qual método deverá ser acolhido pelo gestor na hora de se tomar uma decisão. O método Delphi, por exemplo, se caracteriza como uma forma de encontrar consenso entre especialistas sobre pontos relevantes da sua realidade e de contextos correlatos. O que se busca é obter o grau de concordância dos especialistas sobre o problema proposto, em vez de deixar a decisão para um único profissional (Ruiz Varela; Bravo; Durán, 2012).
Stoner e Freeman (1992, p.187-188) explicam que o processo decisório não se finaliza com a escolha da decisão, isto é, após a escolha da melhor alternativa há o monitoramento da decisão, que se refere à análise e acompanhamento dos resultados obtidos, tanto os positivos quanto os negativos, da escolha implantada.
Em uma tomada de decisão, informações completas nunca estão à disposição dos decisores. Assim, estes frequentemente pedem a opinião de outras pessoas, especialmente aquelas que têm domínio sobre o assunto. O decisor conta com o apoio de especialistas para ir além dos dados, fazer inferências sobre os problemas e recomendar possíveis soluções (Mumpower; Stewart, 1996). Para Harvey e Fischer (1997) os decisores buscam e aceitam o conselho de especialistas a fim de compartilhar a responsabilidade pelo resultado da decisão e aumentar a probabilidade de ela ser precisa ou ótima.
A empresa que não tem informações qualificadas para auxiliar suas decisões estratégicas, estará em desvantagem em relação às outras empresas do mesmo segmento, portanto fica impossível analisar, em um tempo curto, as alternativas para tomada de decisão, além de simular de forma eficar o resultado decorrente de uma decisão que pode ser tomada.
Beuren (2000, p. 18) enuncia as vantagens dos modelos aplicados ao processo decisório: simplifica a visualização geral das variáveis sem alterar a essência; simplifica a visualização da amplitude das variáveis sem alterar a essência; auxilia na identificação de possíveis relações entre os elementos; permite compreender relações complexas; serve como base para estabelecer e aprimorar parâmetros.
Nesse contexto, as informações comerciais são imprescindíveis que sejam analisadas e segmentadas de forma a facilitar a análise, o processo de business analytics ou análise de negócios, predispõe a capacidade da empresa em avaliar e analisar as informações, além de simular cenários futuros, utilizando a seu favor mecanismos de inteligência artificial, para que se tenham de forma preditiva cenários futuros, sendo possível prever possíveis riscos ao negócio.
Grandes melhorias nos recursos de coleta, armazenamento e processamento de dados criaram oportunidades para empresas nos últimos anos. Em particular, a coleta e a dependência de dados para atividades gerenciais - ou seja, tomada de decisão orientada por dados (DDD), também conhecida por Data-Driven Decision – cresceu rapidamente nos Estados Unidos e promete uma “revolução orientada por dados na gestão”.
O cenário atual, marcado por fatores como globalização, concorrência, legislação, novas tecnologias e contínuas inovações tecnológicas e consumidores com exigências cada vez mais rigorosas e em constante mutação, faz com que empresas adotem, progressivamente, a alternativa de formação de alianças e redes estratégicas (Ferreira, Coelho & Moutinho, 2020; Gomes, 2020; Preusler, Costa, Crespi & Porto, 2020).
Para os modelos de decisão em que a solução é resultado de um processo mais qualitativo, influenciado pelo “olhar” do decisor e por situações contingenciais, os sistemas de informação podem contribuir com dados que serão analisados e modificados para utilização na tomada de decisões" (Guimarães, Évora, 2004, p. 74).
Em contrapartida, a busca por informações sólidas e corretas não pode se ater apenas a dados estruturados, meramente quantitativos, da mesma maneira que os imaginamos, na forma de planilhas, grandes relatórios, algarismos, percentuais e representações gráficas, mais e mais precisamos ir de encontro a dados qualitativos, como textos, discursos, pesquisas, relatórios, registros etc. Dados que envolvem elementos que muitas vezes desafiam a astúcia do pesquisador ou do homem de negócios, pois escondem em suas entrelinhas posicionamentos, opiniões, perfis, que exigem uma leitura atenta e ferramentas (tal qual a lupa de um detetive) que possibilitem chegar com maior rapidez (condição de sobrevivência) às informações realmente pertinentes (Pozzebon e Freitas, 1996; Lesca, Freitas e Cunha, 1996).
A informação dá suporte a tomada de decisão, logo a necessidade de decidir de forma precisa, por consecutivo, é justificada pela necessidade de agir, dentro das organizações e no campo das pesquisas. Com informações consistentes, chega-se não só às decisões mais acertadas, mas também a uma 'venda' mais eficaz dessas decisões perante o nosso 'público-alvo' (Freitas, Ballaz e Trahand, 1993; Freitas, Bronger e Caldieraro, 1994 e 1995). Muitas vezes se torna imprescindível, rotineiramente, justificar formalmente decisões que se tomam por simples intuição, dessa forma convence-se com mais facilidade àqueles que preferem os dados analisados e apresentados com melhor estruturação.
Em resumo, este paper argumenta e propõe que as estratégias no uso análise de negócios devem considerar os métodos de análise quantitativa e qualitativas, dessa forma os gestores podem tomar decisões mais assertivas, encontrar caminhos para inovar seus produtos e serviços, criar alternativas para solucionar problemas complexos e principalmente se tornarem mais competitivos.
Conclusão
Neste paper, analisou-se as estratégias da utilização da análise de negócios sob a perspectiva dos métodos qualitativos e quantitativos para a tomada de decisão pelos gestores das organizações, evidenciando que a partir dos modelos identificados para cada tipo de negócio, o gestor pode utilizar a inteligência empresarial para aumentar a competitividade da empresa de forma estratégica tomando decisões com base na análise de dados. O Business Analytics proporciona para as organizações a oportunidade de descobrir novos segmentos de negócios e expandir seu mercado de forma mais efetiva e segura, através o uso de uma metodologia e ferramental tecnológico, que satisfaça as necessidades de extração, tratamento e análise dos dados, eliminando riscos e aumentando a capacidade de simular cenários. Dessa forma, os processos negociais são incrementados de forma a permitir a melhoria dos mecanismos de automação em seus setores organizacionais, bem como a produção de informações relevantes, reduzindo custos e possibilitando maximizar seu potencial competitivo. Diante deste cenário a análise de negócios através de sua inteligência empresarial proporciona um ambiente favorável para a tomada de decisão, seja através do uso de ferramentas de Business Intelligence, capazes de reunir e cruzar grandes volumes de dados para que possam ser analisados, ou através da aplicação de métodos quantitativos ou qualitativos. Os maiores desafios para a tomada assertiva de decisões e implementar um método que seja realmente eficaz com base na sua estrutura física e um quadro funcional de talentos capaz implementar estratégias para aumentar a capacidade de concorrência da organização, saber como aplicar cada método, entender como se integra as diversas informações da empresa, utilizar métricas e indicadores para acompanhar o desempenho do seu negócio, analisar o comportamento de seus cliente, investir em capacitação para que possa acompanhar os avanços tecnológico e o uso de novas ferramentas. É importante perceber que grande parte das empresas que investem no business analytics estão em constante aprendizado, mas grande parte dos gestores podem descobrir grandes oportunidades ou com base nas informações, o que facilita em grande parte a tomada de decisão. Por fim, as organizações que desejam aperfeiçoar a sua capacidade de analisar dados negociais precisam estar preparadas para enfrentar a concorrência cada vez mais acirrada, pesquisar e experimentar novas tecnologias de ponta, considerar o uso de inteligência artificial, business intelligence, big data, entre outras que estão em desenvolvimento no momento que este paper está em elaboração.
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